Muito do que vi da vida aprendi através dos olhos teus. E reconheço que por diversas vezes duvidei se a irmã mais velha fosse mesmo eu. Porque recebi muito mais do que dei. E tive orgulho, nunca ciúmes.Mesmo com as diferenças dos primeiros anos _ surrar minha boneca preferida e cortar o cabelo falando que ele iria crescer continua sendo golpe baixo, nossa cumplicidade cresceu, amparada em alegrias e tristezas. Surpreendente constatar como o amor entre irmães se fortalece mais nas tribulações que na bonança! Nos unimos mais por dividirmos decepções e dores semelhantes; e amadurecemos juntas quando qualquer desilusão de uma podia ser explicada à luz da adaptação de outro. Hoje, após turbulências e alegrias, festas de família e despedidas importantes, agradeço a Deus pelo presente de ser sua irmã. A irmã que levava bronca por você, brigava por você , dava conselhos inteligentes ( HAHAHAHAHHA), desse amor disfarçado de anarquia, dessa união camuflada de algazarra. Algumas coisas são inexplicáveis pra quem está de fora. Existem códigos secretos que só pertencem aos que partilharam a mesma mesa, O MESMO QUARTO, as mesmas brincadeiras, os mesmos pais. Talvez cumplicidade e camaradagem sejam as palavras certas pra definir esse tipo de amor, que começa com um "não me entrega que eu também não te entrego", e segue vida afora compreendendo os traumas ocultos, as dores disfarçadas, a raiva acumulada, a alegria infantil, a inércia justificada. Mesmo longe, as mãos se reconhecem e se apoiam. Mesmo sem palavras, o entendimento é real. E no fim das contas, é aquele olhar cúmplice ("não me dedura por favor...") que nos levanta e aquece. É aquele olhar que justifica e valida a beleza da vida, do mundo, das pessoas. E, de alguma forma que não sei dizer, traz alívio e paz.
E você sabe né, que no final.. eu to sempre aqui