Bater o dedo na quina da escada dói, um soco no estômago ou em qualquer outro lugar do corpo dói, um tapa na cara dói, cólica doí, trancar o dedo na porta dói, bater o queixo no chão dói, morder a língua dói, um pontapé dói. Mas o que dói mais é a saudade. Saudade de alguém que vai e volta. Saudade de alguém que quando vai, demora pra voltar, e que quando volta, fica pouco. Saudades de alguém que não pode e nem vai ser seu. Saudades daquele que leva um pedaço seu quando vai. E não leva pedaços pequenos, vai levando pedaços enormes, e você fica incompleta. Saudades daquele que te faz sorrir, mesmo não estando do seu lado. Mas que também te faz chorar por causa da ausência definitiva. Saudades do moreno alto da banda famosa, que tem o sorriso mais lindo do mundo. Saudades do moço da risada apaixonante. Saudade é não saber. Não saber se ele fica gripado quando o tempo esfria. Não saber o que ele come no jantar, no almoço e no café. Não saber se ele prefere pepsi, coca, ou dolly. Não saber se ele dorme rápido, ou fica pensando na vida quando deita na cama. Saudade é aquela coisa chata que te persegue mesmo você pedindo para que ela vá embora.