“Qual é o seu maior medo?” Me perguntavam com uma cara de pressa para a resposta. Pensei uma, pensei duas, pensei três, pensei quatro vezes, e em todas elas a resposta sempre foi à mesma. Tenho medo de perdê-lo. Finalmente respondi, com a cara de resposta sincera. A pessoa me fuzilava, e me olhava com cara de zoação, ela riu, e riu de novo, gargalhou tanto, que vi as lagrimas escaparem pelo canto dos olhos. “Como você tem medo de perder, aquilo que você não tem?” Me perguntou novamente, com uma cara de pressa para a resposta. Esta ai, uma ótima pergunta. Quer dizer, não tão ótima assim. Eu o tinha sim, mas não por completo. E quem te disse que eu não o tenho? Eu o tenho do meu modo, não o tenho por completo, mais o tenho pela metade, tenho uma parte de cada defeito seu, tenho uma parte de cada qualidade sua. Tenho-o aqui dentro de mim. Tenho-o em meu sorriso. Tenho-o em minha risada. Tenho-o em meu coração. Tenho-o em meus braços. Tenho-o debaixo do meu travesseiro. Tenho-o debaixo da minha cama. Tenho-o em cima da estante do meu quarto. Tenho-o ao meu lado. Tenho todas as partes dele, deixadas em teu caminho de partida. “Desculpe-me, mas eu não te entendo,e muito menos todo esse amor”, disse a pessoa com uma expressão de derrotada. “Fui feita para não ser entendi, construí esse amor para não ser entendi por mim, por ele, e por mais ninguém. Construí para ser um amor desentendido por palavras, mais relatado por gestos.